Colunista | Fábio Gonçalves

Essa semana, escutei parte da entrevista da candidata à presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Avila. Sem comentar a entrevista, o que mais me chamou a atenção, foi quando ela foi questionada sobre o Lula, a questão da sua condenação e se isso seria prejudicial à esquerda no país.  Ela se limitou a responder que estava triste com ele.

Do outro lado, ao saber da candidatura para a também presidência do líder MTST Brasil de Guilherme Boulos pelo PSOL, Lula foi só elogio. Ora meus caros leitores, até que se prove o contrário, o Lula ainda é o candidato à presidência pelo PT, mesmo não sendo tão ignorante, não estou entendendo esses elogios por parte do maior líder a esquerda a outro candidato ao mesmo cargo pleiteado por ambos e outros.

Por falar em outros, ainda há o nome do Ciro Gomes, eventual candidato pelo PDT. Com um tom bem a esquerda mesmo, chegou a dizer que aqueles estrangeiros que estão explorando o pré-sal que faça até a eleição, porque se ele for eleito, isso acabara e todos os direitos de exploração voltarão para a Petrobras.

Hoje, mais uma vez e pela mesma radio da entrevista da Manuela, escutei que o Bolsonaro sem o Lula concorrendo, está em primeiro nas pesquisas, seguido pela Marina Silva. A não ser que um milagre aconteça e o Lula não vá para a prisão antes das eleições e possa realmente concorrer à presidência, o perigo de uma esquerda fragmentada tem nome e é o do Bolsonaro.

Essa indefinição do PT em esperar até o último recurso do Lula, pode realmente fazer com que a soma dos outros candidatos de esquerda citados acima não ultrapasse os do Bolsonaro. Em um mundo perfeito, eles se juntariam e deles sairia apenas um candidato e vice, não de três com poucas ou quase medianas de se elegerem. Ou seja, a esquerda perderá a grande chance de voltar a comandar o país por essa fragmentação.    


Giro Marília -Fábio Gonçalves
Fábio Gonçalves
Historiador e pedagogo formado pela Unesp, é professor em Marília

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