Colunista | Jéssica Machado dos Santos

Precisamos de representantes na câmara dos vereadores ou prefeitos que realmente nos representem. Mas como assim?

Precisamos de pessoas que realmente se importem com as demandas das ditas “minorias”. Exemplo: falta representatividade negra dentro do meio político. E porque isso acontece?

Mulher também é minoria no legislativo, e por que oras se somos a maioria na cidade de Marília? Segundo dados do IBGE, na cidade 51,68% da população é feminina, e temos somente uma vereadora entre as 13 cadeiras que estão na câmara. Se formos ver os vereadores negros, não há, e 26% da população é negra.

Mas será que adianta votar em negros por serem negros, ou em mulher só por ser mulher? NÃO! Pois precisamos avaliar seus planos de trabalho e vida, as propostas que eles têm e o que pensam sobre diversos assuntos: lgbtts, aborto, legalização da maconha e etc.

Isso é necessário para que a estrutura da câmara não se mantenha conservadora, ou seja, é necessário que os novos vereadores mudem radicalmente se focando nas demandas da população e não para os próprios interesses. Vou dar um exemplo.

Um candidato a vereador em São Paulo (não citarei nome para não dar ibope) é negro, mas apoia medidas que para tirar os direitos dos trabalhadores e da CLT, e defende propostas liberais lado-a-lado com candidatos sem menor compromisso com a população de baixa renda, na maioria negra, mulheres ou diferenças sociais.

Ou seja, não adiantar colocar uma pessoa assim para ser representante político. O mesmo ocorre para mulheres, não adianta votar em mulher que é contra políticas específicas, de uma discussão aberta sobre aborto, que acredita que mulheres feministas são loucas ou que mulher de valor ´apenas a “bela, recatada e do lar”.

Eleger uma mulher com este perfil não vai ampliar espaços profissionais, não vai combater machismo, assédio, preconceito. Ou seja, nem sempre votar “na força da mulher pode ser o melhor para a causa feminina e feminista.

Necessitamos de pessoas que se preocupem com o povo e suas demandas. Ocorreu em Ribeirão Preto, no último domingo (11), uma roda de conversa em que todos (as) os candidatos (as) negros (as) foram convocados, independente de seus partidos, para expor suas propostas e falar sobre o que pensam sobre a luta racial e o que pretendem fazer para fortalecer o combate ao racismo. Medida simples, pois é uma reunião assim que precisaríamos para poder conhecer melhor nossos representantes.

É importante termos essa consciência, pois serão 4 anos de mandato, e em 4 anos vamos precisar muito deles e vamos cobrar também, devemos ser mais atentos com a política, dizer que todo político é ladrão é uma coisa, mas o que você faz para mudar essa realidade? Debater política é um mal necessário!

Vamos votar consciente esse ano, afinal, é para nosso bem viver!
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Giro Marília -Jéssica Machado dos Santos
Jéssica Machado dos Santos
Cientista Social formada pela Unesp de Marília, ativista e coordenadora no coletivo Negras Ginga - https://www.facebook.com/NegrasGinga/

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