Você já desligou o som do carro só para ouvir melhor um barulho estranho vindo do motor? Se sim, parabéns: pode ter evitado um problema sério. Quando o carro começa a emitir ruídos fora do comum, o som funciona como um alerta de que algo está fora do lugar. E embora alguns sons sejam inofensivos ou passageiros, há pelo menos três ruídos do carro que você nunca deve ignorar. Eles podem indicar falhas graves — e quanto mais cedo forem resolvidos, menos você gasta com reparos.
Ruídos no carro: quando se preocupar
Todo carro emite sons durante a condução. O ronco do motor, o atrito dos pneus e até o som do ar-condicionado são normais. Mas ruídos metálicos, batidas secas ou chiados persistentes, especialmente se surgem de repente, devem acender um sinal de alerta. A maioria dos motoristas acostuma-se com os sons naturais do seu veículo. Por isso, mudanças bruscas no padrão auditivo são, muitas vezes, o primeiro sintoma de que algo está errado.
Mais do que um incômodo sonoro, esses ruídos podem estar ligados a falhas na suspensão, nos freios, no câmbio ou mesmo no motor — áreas que comprometem a segurança do condutor e dos passageiros.
1. Estalos ou estalidos ao fazer curvas
Se você ouve estalidos metálicos ao esterçar o volante, especialmente em manobras mais fechadas ou curvas, o alerta é claro: pode haver desgaste nas juntas homocinéticas. Elas são responsáveis por transferir a força do motor para as rodas com flexibilidade, permitindo que o carro se mova mesmo com o volante virado.
Quando as juntas estão danificadas, além dos estalos, pode-se notar trepidação nas rodas ou perda de tração. Ignorar esse sinal pode resultar em rompimento completo da junta, deixando o carro sem tração e sujeito a acidentes — especialmente em vias movimentadas.
👉 Se ouvir esse tipo de ruído, leve o carro a uma oficina imediatamente para avaliação das juntas homocinéticas e do sistema de direção.
2. Assobio ou chiado ao frear o carro
Outro som crítico é o chiado agudo ao pisar no freio. Esse ruído costuma indicar que as pastilhas de freio estão gastas e o sensor metálico já está em contato com o disco. Em outras palavras, é um aviso projetado pela engenharia automotiva para alertar que está na hora de substituir as pastilhas.
Ignorar esse ruído pode levar ao desgaste do disco de freio, que é uma peça mais cara e complexa de substituir. Em casos extremos, pode até causar falha no sistema de frenagem, comprometendo totalmente a segurança do carro.
Alguns motoristas relatam que o som aparece apenas quando o freio está frio ou úmido. Ainda assim, qualquer chiado que persiste por mais de dois dias merece ser investigado. Trocar as pastilhas a tempo é sempre mais barato do que lidar com reparos mais amplos no sistema de freios.
3. Barulho metálico ao ligar o motor
O barulho de ferro batendo ao ligar o carro, especialmente nas primeiras partidas do dia, pode sinalizar problemas na corrente de comando ou na lubrificação do motor. Em motores mais modernos, esse som costuma vir de um tensionador defeituoso ou de baixa pressão de óleo.
Ambos os casos são graves, pois o motor depende da corrente de comando para manter o sincronismo entre pistões e válvulas. Se essa corrente se romper ou pular dentes, o resultado pode ser a destruição do motor — literalmente.
Esse tipo de ruído é mais perceptível em carros que passam longos períodos parados, em baixas temperaturas ou em motores com manutenção negligenciada. Se o som for frequente e persistente, procure uma oficina especializada imediatamente.
Nem todo barulho é normal: ouça seu carro
O maior erro que muitos motoristas cometem é se acostumar com ruídos estranhos, achando que fazem parte da “personalidade” do carro. Isso é perigoso. Em muitos casos, o som é o único aviso que o veículo dá antes que um componente falhe de vez.
Felizmente, os três ruídos citados acima são fáceis de reconhecer e estão entre os mais comuns em veículos com quilometragem média ou manutenção irregular. Ouviu um deles? Aja rápido. Quanto antes você identificar e resolver o problema, menor será o impacto no bolso e na segurança.
Manutenção preventiva é o melhor remédio
Mais do que reagir aos ruídos, o ideal é investir em manutenção preventiva. Trocar fluidos no tempo certo, verificar folgas na suspensão e conferir o estado das pastilhas de freio em cada revisão evita que esses sons apareçam.
Se possível, ande sempre com os vidros fechados e o som baixo por alguns minutos nas primeiras viagens do dia. Isso ajuda a identificar ruídos estranhos que talvez você não escutasse com o rádio ligado. Seu carro fala com você — basta saber ouvir.