Uma planta tropical de folhas exuberantes e presença marcante pode parecer difícil de manter — mas a verdade é outra. A costela-de-adão, ou Monstera deliciosa, conquista pela aparência escultural, mas também exige cuidados que vão além da rega e da luz. Manchas amareladas, rasgos irregulares e pontas secas são sintomas frequentes que revelam erros comuns no cultivo. Neste guia completo, vamos mostrar o que realmente faz diferença para manter a beleza e a saúde dessa planta dentro de casa.
Como a costela-de-adão reage aos ambientes internos
A costela-de-adão se adapta bem a ambientes internos, mas isso não significa que qualquer local é ideal. Essa espécie é nativa de florestas tropicais da América Central, onde vive sob copas densas e recebe luz filtrada e umidade constante. Reproduzir essas condições em casa pode ser desafiador, mas é o que garante folhas viçosas, com recortes marcantes e sem manchas.
O primeiro sinal de que algo vai mal geralmente aparece nas folhas: ou ficam amareladas, ou perdem os recortes típicos. Em casos mais graves, surgem manchas marrons ou rasgos que não são naturais da espécie. Tudo isso pode ser evitado com alguns ajustes simples.
Luz indireta e constante: a chave do sucesso
A exposição direta ao sol é uma das principais causas de manchas queimadas nas folhas da costela-de-adão. Ao contrário do que muitos pensam, essa planta não precisa de sol pleno. A luz intensa que entra por janelas bem iluminadas, mas filtrada por cortinas leves, é o cenário ideal. Um ambiente escuro demais, por outro lado, leva a um crescimento mais lento e folhas sem fendas.
Evite movê-la com frequência, pois a costela-de-adão demora para se adaptar a novas fontes de luz. Mantenha-a a cerca de um metro de distância da janela, girando o vaso semanalmente para evitar que cresça torta.
Rega equilibrada e umidade controlada
Outro erro que pode causar manchas marrons e pontas ressecadas nas folhas é o excesso de água. Como toda planta tropical, a costela-de-adão gosta de umidade, mas não tolera encharcamento. O substrato deve ser bem drenado, com mistura de terra, perlita e fibra de coco.
O truque está na frequência: regue apenas quando os dois primeiros centímetros do solo estiverem secos ao toque. No verão, isso pode significar duas regas por semana; no inverno, uma já basta. Pulverizar água nas folhas ajuda, mas é mais eficiente investir em um umidificador se o ar da casa for muito seco.
Adubação correta faz a planta “explodir” em folhas
A costela-de-adão responde de forma surpreendente à adubação orgânica ou equilibrada. Se quiser folhas grandes, bem rasgadas e livres de manchas, invista em um fertilizante NPK 10-10-10 uma vez por mês na primavera e no verão. No outono, reduza a frequência; no inverno, pare totalmente.
Uma dica de ouro é usar húmus de minhoca e farinha de osso no substrato. Além de nutrientes de liberação lenta, esses compostos melhoram a estrutura do solo e ajudam a prevenir o acúmulo de sais, que pode causar manchas nas folhas.
Notícias Relacionadas
Cuidado ao manusear: folhas rasgadas não voltam
Muita gente confunde os rasgos naturais da costela-de-adão com danos. As fendas são uma característica estética da planta, mas quando as folhas estão rasgadas nas pontas ou com cortes irregulares, é sinal de manuseio incorreto ou vento excessivo. Evite posicionar a planta em locais com corrente de ar intensa, como corredores e perto de portas.
Na hora da limpeza, jamais esfregue com força ou passe panos secos. Use um pano macio umedecido com água filtrada e limpe delicadamente as folhas a cada 15 dias para retirar poeira e favorecer a fotossíntese.
Quando podar e o que fazer com folhas danificadas
Se a planta apresenta muitas folhas manchadas ou rasgadas, é melhor removê-las com uma tesoura esterilizada. Isso ajuda a direcionar a energia para novas brotações. A poda também estimula o crescimento vertical, ideal para quem cultiva a costela-de-adão como trepadeira, com tutor de fibra de coco.
Evite podar folhas saudáveis apenas por estética — elas são fundamentais para a respiração e o crescimento da planta. E lembre-se: folhas novas surgem do centro da planta, então não se preocupe se as externas forem ficando velhas com o tempo.
Dica extra: enraizamento aéreo pode ser aproveitado
Um aspecto curioso da costela-de-adão é seu sistema de raízes aéreas. Elas aparecem ao longo do caule e não devem ser cortadas. Na verdade, você pode usá-las para fazer estaquia e multiplicar a planta. Basta cortar um segmento com raiz aérea e uma folha, colocar na água até surgir raiz nova e, depois, plantar em substrato leve.
Essa técnica é ótima para revitalizar uma planta muito comprida ou para quem quer presentear alguém com uma muda robusta.
Evite pragas com inspeção semanal
Embora resistente, a costela-de-adão pode ser atacada por cochonilhas e ácaros, principalmente em ambientes secos e quentes. Observe o verso das folhas e, ao menor sinal de praga, aplique uma mistura de água com sabão neutro ou óleo de neem.
Prevenção é sempre melhor do que tratar. Um ambiente com boa ventilação, umidade equilibrada e luz adequada já reduz drasticamente o risco de infestação.
A costela-de-adão é uma planta que recompensa com beleza exuberante quem sabe observar seus sinais e ajustar os cuidados. Cada folha bem formada é um reflexo direto da qualidade do ambiente e da atenção do cultivador. E o mais fascinante: com o tempo, ela se transforma em um verdadeiro ser vivo decorativo que interage com o espaço ao redor.
