Você já agiu no impulso com uma planta e depois se arrependeu amargamente? Foi exatamente isso que me aconteceu com a minha zamioculca. Depois de notar algumas folhas amareladas, achei que o melhor a fazer era dar uma bela poda. Peguei a tesoura, cortei as hastes de uma vez… e pronto: comecei, sem saber, um processo que quase acabou com a planta. Foi só depois de pesquisar muito — e testar um truque de enraizamento pouco conhecido — que consegui salvar o que sobrou e até fazer novas mudas.
Zamioculca: planta resistente, mas não imortal
A zamioculca é frequentemente vendida como “a planta que não morre”, e isso até tem um fundo de verdade. Ela tolera pouca luz, aguenta longos períodos sem água e não exige solo muito fértil. Mas isso não significa que qualquer intervenção vai passar ilesa. Quando cortamos suas hastes de forma incorreta ou fora do tempo certo, a planta entra em choque e pode simplesmente parar de crescer ou até apodrecer pela base.
No meu caso, eu cortei todas as hastes de uma vez, achando que ela brotaria mais forte — um erro comum. A zamioculca armazena água e energia em rizomas subterrâneos, e retirar as folhas de forma brusca impede que esse “motor interno” funcione direito.
Como percebi que a planta estava morrendo
Depois do corte, esperei alguns dias acreditando que surgiriam brotos novos. Mas o que veio foram sinais preocupantes: os caules começaram a murchar, as pontas escureceram e um leve odor desagradável apareceu na base do vaso. Mexi no substrato e percebi que os rizomas estavam começando a ficar moles — sinal claro de que estavam apodrecendo.
A essa altura, entendi que não bastava esperar. Eu precisava agir.
O truque de enraizamento que salvou minha zamioculca
Em vez de descartar as partes restantes, tentei um método de enraizamento que aprendi em um grupo de jardinagem: a imersão em água filtrada com canela em pó.
O processo foi o seguinte:
- Cortei novamente as hastes danificadas, dessa vez usando uma tesoura esterilizada e fazendo os cortes na diagonal.
- Preparei um copo de vidro com água filtrada, adicionei meia colher de chá de canela em pó (que tem ação antifúngica) e deixei descansar por 15 minutos.
- Coloquei as hastes cortadas dentro do copo, cuidando para que nenhuma folha encostasse na água.
- Troquei a água a cada dois dias e mantive o copo em local com luz indireta.
Depois de duas semanas, para minha surpresa, algumas raízes finas começaram a surgir nas bases dos caules. O cheiro ruim sumiu e a planta começou a mostrar sinais de que queria viver.
Transplantando com cuidado para não perder tudo de novo
Com as raízes formadas, chegou a hora do replantio. Usei um vaso novo com furos de drenagem e preparei uma mistura de substrato bem leve: terra vegetal, perlita e um pouco de carvão moído para evitar fungos.
Plantei os caules enraizados com muito cuidado, mantendo-os firmes e cobrindo os rizomas com uma camada leve de substrato. Borrifei água nas folhas e reguei com parcimônia — zamioculcas detestam excesso de umidade no solo.
Nos dias seguintes, continuei observando de perto. Nada de regas constantes ou sol direto. Aos poucos, surgiram novas folhas com aquele verde brilhante que só uma zamioculca saudável tem. E mais: aproveitei o aprendizado e fiz duas mudas extras que também vingaram.
O que aprendi com o erro (e por que contaria essa história de novo)
Hoje, confesso: ainda bem que tudo isso aconteceu. Foi só depois de quase matar minha zamioculca que aprendi de verdade como ela funciona. Entendi que ela não gosta de pressa, que os cortes precisam ser bem pensados e que mesmo plantas “fáceis” exigem escuta e atenção.
Se você também tem uma zamioculca em casa, lembre-se: menos é mais. Se for cortar, analise bem. E se algo der errado, não jogue fora de imediato. Com o truque certo, raízes podem renascer — e a planta também.