Economia

Com juros altos, inadimplência bate recorde dos últimos dois anos

Com juros altos, inadimplência bate recorde dos últimos dois anos Com juros altos, inadimplência bate recorde dos últimos dois anos Com juros altos, inadimplência bate recorde dos últimos dois anos Com juros altos, inadimplência bate recorde dos últimos dois anos
Com juros altos, inadimplência bate recorde dos últimos dois anos


A taxa de inadimplência do mercado , considerando os recursos livres, chegou em 3,53% em abril deste ano, o maior nível desde julho de 2020, quando estava em 3,57%. As estatísticas foram divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (27).

Os dados estão defasados por conta da greve dos servidores do Banco Central, que paralisou as divulgações recorrentes, como o relatório Focus e as notas do setor externo e crédito. A greve foi encerrada no início deste mês.

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A trajetória de alta na inadimplência está ocorrendo mês após mês desde julho do ano passado, depois de atingir uma mínima histórica durante a pandemia com as medidas do BC e dos bancos de extensão e renegociação de pagamentos.

Apesar dessa trajetória, a inadimplência continua abaixo do patamar de 4% registrado antes da pandemia.

A elevação foi mais forte entre as pessoas físicas, de 4,4% para 5% de dezembro a abril, mas também subiu para empresas, de 1,5% para 1,7% no mesmo período.

Elevação dos juros

Parte da explicação é pela alta nos juros médios cobrados no mercado. Em abril, a taxa média no sistema financeiro chegou a 38,1% ao ano, alta de 4,3 pontos percentuais (p.p) no ano.

Para pessoas físicas, a alta aconteceu em um patamar maior. A taxa média estava em 45% ao ano em dezembro do ano passado e chegou a 50,3% em abril. Já o crédito para empresas subiu de 19,7% ao ano para 22,4% no mesmo período.

As taxas cobradas no mercado sofrem impacto direto da trajetória de alta na taxa básica de juros, a Selic, que vem subindo desde março de 2021 em uma tentativa do BC de controlar a inflação.

A Selic é utilizada como base para cálculo de outras taxas no mercado e subiu de 2% para 13,25% ao ano, com expectativa de no mínimo mais uma alta na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana.

Rotativo mais caro

Acompanhando a alta nos juros médios, a modalidade mais cara disponível no mercado, do cartão de crédito rotativo, também subiu no ano. Em dezembro, estava em 347,4% ao ano e subiu para 364% em abril.

A procura por esse tipo de crédito, no entanto, aumentou 59,4% nos primeiros quatro meses deste ano contra o mesmo período do ano passado.

Como exemplo, em abril foram concedidos R$ 26,9 bilhões no cartão de crédito rotativo. Em abril de 2021, o número foi de R$ 17 bilhões.

No caso do cheque especial, que tem um limite estabelecido pelo Banco Central, os juros também subiram. De 127,9% ao ano no final do ano passado para 132,7% em abril.

A modalidade de capital de giro para empresas, muito procurada por dar mais liberdade para os gastos do empréstimo, também ficou mais cara. De 20,7% em dezembro para 22,5% em abril.

Concessões resilientes

Apesar da alta de juros e inadimplência, as concessões de crédito não diminuíram o ritmo neste ano. Segundo as estatísticas do BC, a alta no ano foi de 29,2% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Só em abril foram concedidos R$ 421,1 bilhões em crédito, sendo R$ 222,7 bilhões para pessoas físicas e R$ 198,4 bilhões para empresas.

Fonte: IG ECONOMIA