Economia

Senado aprova PEC das 'Bondades' em primeiro turno

Senado aprova PEC das ‘Bondades’ em primeiro turno Senado aprova PEC das ‘Bondades’ em primeiro turno Senado aprova PEC das ‘Bondades’ em primeiro turno Senado aprova PEC das ‘Bondades’ em primeiro turno
Senado aprova PEC das 'Bondades' em primeiro turno


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O Senado aprovou nesta quinta-feira (30), em primeiro turno, a PEC das Bondades, projeto que reajusta o Auxílio Brasil e cria um voucher para caminhoneiros. A votação em segundo turno deve acontecer ainda nesta quinta.

O projeto é uma demanda do Palácio Planalto para reduzir a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições. A ala política do governo usou a alta dos combustíveis para oferecer aumento de benefício, driblando a regra eleitoral. Ao todo, o pacote deverá custar cerca de R$ 38 bilhões aos cofres públicos.

A proposta inicial previa colocar o país em estado de emergência, ideia criticada por senadores. O receio dos parlamentares era liberar um “cheque em branco” ao Planalto e aumentar ainda mais as despesas sem possibilidade de fiscalização.

De acordo com o projeto, o Auxílio Brasil será reajustado em R$ 200, passando dos atuais R$ 400 para R$ 600 por mês. O valor adicional será pago apenas até dezembro deste ano e deverá ter custo de R$ 29 bilhões, segundo previsões do Ministério da Economia.

O texto ainda prevê o pagamento do benefício para 1,9 milhão de famílias que estão na fila de espera do benefício.

Aqueles que recebem o vale-gás também serão afetados. O benefício, que antes pagava meio botijão de 13 kg a cada dois meses, deverá ser reajustado para um botijão a cada dois meses.

Auxílio-caminhoneiro

Tentando recuperar o prestígio com a classe caminhoneira, uma das principais bases de Bolsonaro, o governo sugeriu um auxílio de R$ 1 mil para reduzir os efeitos da alta no preço dos combustíveis para transportadores autônomos. As parcelas serão pagas até dezembro deste ano e devem favorecer cerca de 900 mil caminhoneiros.

Embora a categoria tenha se colocado contrária ao auxílio, o Planalto vê no benefício a possibilidade de reconquistar votos da categoria e reduzir as críticas sobre a política de preços da Petrobras.

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Para ter acesso ao benefício, os caminheiros deveriam ter feito o cadastro no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) até 31 de maio deste ano. Aqueles que fizeram a inscrição após esse data, não terão direito às parcelas.

Competitividade do etanol

A proposta aprovada pelos senadores recupera parte da PEC 16, apresentada pelo Planalto para zerar a alíquota de ICMS sobre os combustíveis. Porém, o texto tira a possibilidade de gratuidade do imposto sobre o diesel e gás de cozinha, além do ressarcimento aos estados, para aumentar a competitividade do etanol perante a gasolina.

Segundo a PEC, em vez de reduzir a alíquota do ICMS sobre o combustível para 12%, os estados outorgariam crédito tributário do imposto para produtores e distribuidores de etanol hidratado.

A preocupação dos senadores, era que a redução do imposto sobre o etanol causasse mais polêmicas com os governadores, após a redução obrigatória do ICMS sobre os combustíveis e energia elétrica, aprovada pelo Congresso Nacional no começo do mês.

Transporte coletivo

O substitutivo apresentado pelo relator da proposta, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), prevê ainda o ressarcimento de R$ 2,5 bilhões aos estados e municípios para viabilizar a gratuidade das passagens para idosos. A medida é prevista em lei, mas há a preocupação com a necessidade de reajustar o valor das passagens para manter a isenção para pessoas acima de 60 anos.

A distribuição do valor, segundo a proposta, respeitará a proporção da população idosa residente. O ressarcimento também valerá até dezembro de 2022.

Próximos passos

Se aprovado pelo Senado em segundo turno, o texto irá para a Câmara dos Deputados, onde também deverá passar por votação em dois turnos. A data para análise dos deputados ainda não foi informada, mas há expectativa de que a matéria seja colocada em plenário na primeira quinzena de julho.

Para passar pela Casa, são necessários 308 votos a favor. O governo acredita que tenha esse número com folga, visto que, assim como no Senado, os deputados não devem arriscar a perda de votos nas eleições deste ano.