A iniciativa de um grupo amigos, a participação de atores e artistas de diferentes áreas e a presença de público transformaram a primeira edição do Beco Alternativo em uma iniciativa que tem tudo para fazer história na cidade: espaços independentes de arte e cultura na cidade de Marília.

O encontro aconteceu neste domingo. Começou às 14h e terminou à 1h da segunda-feira. Pelo beco passaram atores, artistas circenses, músicas, dança e muita troca de experiências, que terminou em uma grande roda de samba e MPB que avançou noite adentro.

 

A organização foi do advogado Alexandre Cerqueira César, ativista cultural e de movimentos políticos na cidade, com Gabri Ruah, Gabriel Torres Cerqueira César, Igor Borandá e Iago Guedes, todos envolvidos em ações comunitária,s movimentos sociais, educação, artes e cultura. Alexandre cedeu o espaço: um terreno no centro da cidade, todo murado, que é a partir de agora o Beco Alternativo de Marília.

A apresentação começou com teatro, uma peça da Elam (Escola Livre de Artes de Marília), produzida pelo ator e professor de teatro Márcio Martins, com pegada de orientação. Um texto para orientar e despertar a importância do uso de preservativos.

Depois foi a vez de uma apresentação de teatro com os atores Tadeu Martins e Cid Cândido de Oliveira, ou Literatro Cid, como o artista é conhecido.


Músico, poeta, Tadeu é um nome conhecido por suas atuações também em carnavais da cidade. Cid é ator com experiência em teatro, performances públicas, encenações que vão de dramas à apresentações como Charles Chaplin em eventos.

Com vidas dedicadas ao teatro e artes amadoras, os dois nunca conseguiram entrar no circuito oficial de eventos, oficinas, cursos e espaços públicos da cidade. Mas acumulam horas de eventos amadores, ao melhor estilo “saltimbancos” na cidade.

“Algo assim de fundo de quintal ...de beco ....de praça pública, pode mudar muito as perspectivas sociais e convívio urbano”, diz Cid. Ele conta que já participou em muitos encontros semelhantes, alternativos, que sobrevivem sem dependência de iniciativas oficiais.

“É com esses encontros que a cultura e a arte se mantem viva abrindo espaços para novos talentos e fomento da arte sem utilização de recursos financeiros e dependência de apoio de órgãos que deveriam apoiar.”



Para Tadeu, o Beco oferece um espaço fantástico, necessário para artistas de todas as linhas de atuação e como opção para os “marginalizados” na cidade. “A cidade tem artistas que não devem nada aos grandes centros, a muitos globais por aí, e que não têm espaço, não têm acesso à TV e grandes veículos para aparecer. Para artistas que como nós, vivem à margem em todas as áreas, é um espaço fantástico. Tanto que já estamos pensando na segunda edição.”

E a segunda edição já tem um mote definido: lula cheia. Uma bela noite de domingo com a lua como destaque do evento. “Até porque começa à tarde, mas invade a noite, vai até o começo da madrugada.”