A Secretaria de Saúde em Marília engrossou a partir desta segunda-feira a divulgação e promoção dos serviços do CVV (Centro de Valorização da Vida), um projeto que oferece atendimento gratuito e anônimo para prevenção de suicídio. O CVV atende por telefone, pelo número 188, e ganhou cobertura nacional.

O serviço funciona como uma ferramenta a mais, na luta contra o suicídio e outros agravos à saúde da mente. A central atende 24 horas por dia e funciona graças à dedicação de milhares de voluntários, com apoio institucional do Ministério da Saúde.

A psicóloga Simone Alves Cotrim Moreira, coordenadora do Programa Municipal de Saúde Mental, afirma que a conquista representa um alento, em meio a uma luta que deve ser encarada por toda a sociedade.

O CVV, explica ela, é uma entidade filantrópica (sem fins lucrativos) fundada em São Paulo na década de 60. A organização presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.

Até 2017, o serviço contemplava 23 estados. Agora, através de parceria com o Ministério da Saúde, chegou a todo o Brasil e teve o custo da ligação (antes de R$ 0,07 por minuto) transformado em serviço gratuito por meio do 188.

PREVENÇÃO

Simone afirma que os casos de morte por lesões autoprovocadas têm aumentado na maioria dos países e a prevenção é um tema que não pode ficar restrito ao Poder Público dada a sua complexidade.

“Esse mal é crescente e começa nos lares. Por isso temos que iniciar essa discussão na família, na escola, na igreja, no local de convivência, enfim, onde as pessoas comuns passam a maior parte do dia e constroem relacionamentos”, disse.

Quem liga para o CVV e relata suas dificuldades a uma voz desconhecida, explica Simone, geralmente, já tentou pedir ajuda de várias outras formas. Pela central a pessoa encontrará a atenção e escuta que, possivelmente, não tem encontrado nos relacionamentos presenciais.

Alguns sinais de risco ao suicídio, afirma Simone, podem ser observados na falta de interesses, fragilidade frente a frustrações, lutos e outras perdas sem resolutividade, rompimento de vínculos familiares/sociais.

É preciso ficar atento a expressões que, no passado, poderiam passar desapercebidas, como “vontade de desaparecer”, “vontade de morrer”. Esse tipo de fala não pode ser tratada como normal, explica Simone.

“Não existe precisão nestes sinais, alguns podem se manifestar, outros não. Por isso, mais importante que procurar um padrão, é aumentar a nossa sensibilidade”, disse a psicóloga da Secretaria Municipal da Saúde.