Nesta quarta-feira, dia 15 de outubro, é comemorado o Dia do Professor em todo o Brasil e a categoria que passou os últimos anos pedindo valorização salarial e respeito tem pauta de reivindicações cada vez maior. 

Nos diferentes níveis de atuação, professores mostram insatisfação com descaso de pais, desinteresse de alunos, desvalorização salarial, falta de estrutura, falta d epolíticas públicas consistentes de educação e de aproveitamo das escolas como centro de interação da comunidade.

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O diretor da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), da regional de Marília, Juvenal Aguiar, afirma que não há motivos para comemorações nessa data. “Não há nada para se comemorar, além da própria garra dos professores na dedicação pelo seu trabalho.”

Segundo ele, as condições de trabalho deixam a desejar, pois as críticas partem de todos os lados, principalmente após a adoção do projeto pedagógico da aprovação continuada e automática, onde o aluno passa de ano sem ser reprovado, quando necessário.

“Com isso, os pais não ficam mais ao lado dos professores. Falta respeito. É uma situação inversa do que víamos há 20 anos. Hoje todos apontam apenas para um único culpado pelo caos na Educação: o professor. Quando na verdade a culpa é da política de ensino adotada pelo governo do Estado”, disse Aguiar.

O salário ainda é principal problema. O piso no Estado é de R$ 1.870, para uma jornada de 40 horas semanais. Segundo Aguiar, de acordo com a meta 17, do Plano Nacional de Educação (PNE), os professores devem ter seus rendimentos médios equiparados com os demais profissionais de escolaridade equivalente. “Hoje isso seria na ordem de R$ 5.400, de acordo com o DIEESE, órgão independente que realiza esse tipo de cálculo.”

A educadora Ana Cláudia Costa Guedes afirma que ser professor é muito gratificante pelo fato de contribuir para a formação de outros profissionais. “Nós contribuímos com o futuro de todas as demais profissões e isso é muito gratificante. Não existe possibilidade de um profissional ser formado sem passar pelas mãos de um professor”.

Por outro lado, ela lamenta o fato do professor atualmente não ter as devidas condições de trabalho e a falta de valorização salarial. “Recebemos em média, 30% menos em termos de salário se comparado com outras profissões de mesmo nível. E também hoje em dia temos prejudicado nosso plano de carreira no Estado de São Paulo”, disse Ana Cláudia.

Atuam na rede estadual de ensino de Marília, segundo a Apeoesp, 1.200 professores e cerca de 2.000 mil em mais 13 cidade da região. Na rede municipal de Marília trabalham 1.028 professores.