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Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara
Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara

O presidente da Câmara,  Rodrigo Maia  (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (25) que não há "nenhuma dúvida" de que ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello , cometeu crime na forma como comandou à pandemia da Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). O STF abriu inquérito contra o chefe da pasta .

"Pelo menos o ministro da Saúde já cometeu crime, eu não tenho dúvida nenhuma. A irresponsabilidade dele (ao falar) de tratamento precoce, a irresponsabilidade de não ter respondido a Pfizer, a irresponsabilidade de não ter, como ministro da Saúde, se aliado ao Instituto Butantan para acelerar a produção daquela vacina, e não apenas a vacina da Fiocruz. Tudo isso caracteriza crime e a  PGR (Procuradoria-Geral da República) está investigando", disse Maia.

Na última sexta-feira (22), a CNN Brasil tornou pública uma carta da Pfizer enviada ao presidente  Jair Bolsonaro  e à equipe de ministros ainda em setembro com apelo para que o Brasil fechasse um acordo para a compra da vacina da farmacêutica celeridade. O motivo seria a alta procura pelo imunizante no mundo.

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O Ministério da Saúde confirmou o conteúdo da correspondência no sábado (23), mas disse que o acordo não era bom para o Brasil, já que a farmacêutica estaria fazendo "marketing". Para Maia, se a pasta não respondeu à carta, isso configuraria crime.


O presidente da Câmara ponderou, no entanto, que é necessário fazer uma investigação, inclusive para apurar qual é a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro nessa questão. Ele disse ainda que essa atitude comprometeu também o crescimento do País.

"Os crimes precisam ser investigados, por isso, defendo uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)", disse. "Pela incompetência e irresponsabilidade, no mínimo, do ministro da Saúde, não vamos ter crescimento de 7%, 8%, mas de 3%. Se o ministro da Saúde não respondeu a Pfizer, é crime. Não sei o termo técnico porque não sou advogado, mas para mim é crime."

Maia também comparou o presidente Bolsonaro a um vírus. "Temos uma pandemia de coronavírus e temos outro vírus que circula pelo Brasil, e pelo mundo, que cega muito as pessoas em relação a esse nacional populismo, que teve a primeira derrota com (Donald) Trump", disse Maia. "Todos os que se aproximam desse vírus, do nacional populismo, representado pelo presidente da República, acabam contaminados".