O governador João Dória anunciou em pronunciamento ao vivo no início da tarde desta segunda-feira que a quarentena com fechamento de comércio em geral no Estado de São Paulo será prorrogada até o dia 22 de abril, com impacto no funcionamento das empresas em todas as cidades do Estado. Marília já anunciou que acompanha as medidas do governo estadual.

"Quero recomendar a prefeitas e prefeitos que nos acompanham: vocês terão o dever, a obrigação de seguirem nas suas cidades, a orientação do governo do Estado. Isso é constitucional, deve ser seguida por todos os municípios. Devem exercer também, ao lado da Polícia Militar, o poder de polícia se houver desobediência: nenhuma aglomeração, em nenhuma espécie, será admitida."

O encontro apresentou dados da epidemia no Estado e no país. Para o Brasil 11.130 casos, com 486 óbitos, dos quais 4.620 com 275 mortes no Estado de São Paulo. Em 21 de março, quando começou a quarentena, o Estado tinha casos em São Paulo e grande São Paulo, em 20 municípios. No último levantamento são 99 municípios em 13 regiões com casos positivos. São 572 pacientes internados em UTIs.

Dória afirmou antes do anúncio que "depois de salvar vidas vamos salvar a economia" e que salvar vidas inclui atender os mais pobres, elogiou empresas que não demitiram - terceirizadas de serviços estaduais, como a Soluções, que mantém merendeiras nas escolas estaduais, demitiram -.

O pronunciamento, seguido de coletiva de imprensa transmitida ao vivo, contou com a apresentação mensagens de quatro especialistas na defesa do isolamento como forma de reduzir o contágio e os danos pela epidemia do coronavírus. Disse que a avaliação dos técnicos supera discurso de "populismo, achismo e de visão ideológica torpe, fraca, medíocre".

"Entidades científicas do mundo inteiro respaldaram esse benefício. Estamos no momento de resultados benéficos, tanto do Estado e do município de São Paulo e mais especificamente dos locais onde todos trabalham", disse o médico Luiz Fernando Aranha, infectologista do Hospital Albert Einstein.

O infectologista e professor da área na Unesp, Carlos Fortaleza, afirmou que uma sensação de segurança em cidades do interior do Estado tem provocado expansão do vírus de forma perigosa especialmente em grandes centros próximos à capital paulista, epicentro da epidemia no país.


O presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, divulgou números de projeções sobre os benefícios do afastamento social e indiciou que a soma dos resultados em todas as áreas, de escolas a eventos públicos, a redução na taxa de transmissão chega a 75% de redução na mobilidade.

O governador reforçou afastamento e polêmica com o presidente Jair Bolsonaro e lembrou que os ministros da Saúde, Henrique Mandetta, da Justiça, Sérgio Moro, o vice-presidente, Hamilton Mourão e 'a maioria absoluta de médicos' defendem o isolamento.

"Será que eles todos estão errados? Será que a ciência está errada? Será que a Organização Mundial de Saúde está errada? Será que um único presidente está certo? Possui a ciência, o conhecimento, para discordar do mundo", disse.



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