O juiz Paulo Gustavo Ferrari, da 2ª Vara Criminal de Marília, decretou a prisão preventiva do coronel da reserva Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, 57 anos, da Polícia Militar, acusado de homicídio na morte do ajudante Daniel Ricardo Silva, na manhã de 31 de outubro.

A medida acompanha decisão que aceitou a denúncia do Ministério Público e transforma oficialmente o coronel em réu no processo. A prisão atende pedido do Ministério Público e da Polícia Civil e foi tomada considerando a gravidade do crime e circunstâncias do caso.

“Não existem dúvidas sobre os indícios de autoria e materialidade do delito imputado ao acusado (homicídio duplamente qualificado). A par disso, a acusação que pesa contra o réu é grave, já que o crime de homicídio é cometido com violência e grave ameaça à pessoa e traz insegurança à sociedade”, diz a decisão.


O juiz lembra ainda denúncia de crime premeditado e cometido por motivo torpe e com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.

“Vale ressaltar, ainda, que há suspeitas de que o denunciado inovou artificiosamente a cena do crime, eis que teria inserido a arma de fogo de sua companheira Adriana no local dos fatos. Ademais, durante a investigação criminal, houve apreensão de uma quantidade expressiva de armas e munições não registradas pertencentes ao acusado, o que evidencia a possível maior periculosidade do réu.”

A decisão também determina envio de ofício à Polícia Civil para apresentação de laudos o local do crime, projétil retirado do corpo da vítima, projétil recolhido no local dos fatos, perícia no celular de Daniel e na mochila, tênis e peças de roupa da vítima.

O juiz autorizou ainda o desmembramento do caso para mais três investigações:  posse/porte/comercialização de armas de fogo pelo acusado; ameaça contra Adriana Luiza da Silva, ex-companheira de Dhaubian, e crime de fraude processual que teria sido praticado por Adriana com retirada do celular de Daniel do local.

CRIME, PERSONAGENS E APURAÇÃO

O crime, segundo a polícia, foi passional e cometido depois de Dhaubian descobrir que a companheira mantinha uma relação com Daniel.

Dhaubian é coronel da reserva desde 2012. Manteve união estável com Adriana, também policial militar, por nove anos. Ela atua como cabo da PM em Oriente.

A relação do coronel com Daniel começou quando a vítima ainda era detento no regime semiaberto da penitenciária de Marília. Daniel prestava serviços no Motel Fênix, um entre rede de motéis dirigida pelo coronel.

Quando teve liberdade condicional, Daniel foi morar no Motel. Ocupava o quarto 19 e atuava com obras. Na tarde de sábado, véspera do crime, viajou a Assis para um encontro com Adriana.

Segundo o inquérito policial, os dois ficaram em um motel até 1h30 do domingo. Adriana voltou sozinha, de carro. Daniel de ônibus. Chegou ao motel por volta 6h08. Foi morto ás 6h10 no corredor em que seguia para seu apartamento.


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