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Covid-19: OMS desaconselha uso de plasma convalescente para tratamento da doença
Getty Images/BBC
Covid-19: OMS desaconselha uso de plasma convalescente para tratamento da doença

A transfusão de  plasma convalescente, plasma sanguíneo com alto nível de anticorpos de pessoas que se recuperaram da Covid-19, não é recomendado como tratamento de pacientes com a doença. A orientação foi publicada ontem pelo Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da Organização Mundial da saúde (OMS) no BMJ.

No início da pandemia, o plasma sanguíneo de pessoas recuperadas surgiu como uma possibilidade de curto-prazo no combate à doença. Na época, nenhuma outra terapia estava disponível e não se sabia quando haveria algum medicamento eficaz.

A lógica do recurso médico é simples: anticorpos neutralizantes presentes no plasma de uma pessoa já imune, ao serem transferidos para outro organismo, ajudam o sistema imunológico do paciente a se defender.

Entretanto, de acordo com a entidade, as evidências atuais mostram que o tratamento é caro, demorado e, principalmente, não melhora a sobrevida nem reduz a necessidade de ventilação mecânica. Diante disso, a OMS faz uma forte recomendação contra o uso de plasma convalescente em pacientes com doença moderada. para o painel de especialistas, esse tratamento não se justifica em pacientes com baixo risco de mortalidade.


Por outro lado, naqueles com doença grave e crítica, a OMS apenas contraindica o uso, exceto no contexto de um ensaio clínico randomizado. "Embora o plasma convalescente não deva ser usado rotineiramente em nenhum paciente, independentemente da gravidade da doença, o painel reconheceu que havia incerteza suficiente em pacientes com doença grave e crítica para justificar a continuação dos ensaios clínicos randomizados", diz o comunicado da entidade.

Os especialistas chegaram a essa conclusão após analisarem 16 estudos envolvendo 16.236 pacientes com Covid-19 moderada, grave e crítica. A nova orientação se soma às recomendações anteriores da OMS que indica o uso de bloqueadores do receptor de interleucina-6 e corticosteroides sistêmicos em pacientes com Covid-19 grave ou crítica; traz recomendações condicionais para o uso de anticorpos monoclonais em pacientes de alto risco e se posicional contra o uso de ivermectina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, independentemente da gravidade do quadro.

Fonte: IG SAÚDE

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