Economia

Alternativa para precatórios não deve enfraquecer teto de gastos, afirma Funchal

Alternativa para precatórios não deve enfraquecer teto de gastos, afirma Funchal Alternativa para precatórios não deve enfraquecer teto de gastos, afirma Funchal Alternativa para precatórios não deve enfraquecer teto de gastos, afirma Funchal Alternativa para precatórios não deve enfraquecer teto de gastos, afirma Funchal
Alternativa para precatórios não deve enfraquecer teto de gastos, afirma Funchal


source

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, defendeu que a solução para o impasse dos precatórios — decisões judiciais contra a União sem possibilidade de recurso que somarão R$ 89,1 bilhões em 2022 — não pode fragilizar o teto de gastos.

Ele considera que a sugestão de reformular a proposta de emenda à Constituição (PEC) que o governo já enviou, harmonizada com uma proposta de trava para essa despesa e alternativas de pagamento, é positiva.

“A gente precisa ter referências importantes que é manter a nossa principal âncora fiscal. Propostas que fragilizem o teto de gastos a gente não gosta”, afirmou durante live promovida pela Genial Investimentos.

A sugestão que vem sendo costurada pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), é vista como positiva por harmonizar a despesa com o teto e criar alternativa. Pela proposta, seria criado um novo limite dentro do teto para essas despesas, que somariam R$ 39,9 bilhões em 2022. A prioridade seria para pagamento de pequenos credores, que receberiam valores até R$ 66 mil.

Para evitar um efeito bola de neve, Funchal aposta no encontro de contas. Ele cita como exemplo a dívida do governo com Bahia, Ceará, Pernambuco e Amazonas, por causa de repasses pendentes do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério).

A soma é de R$ 17 bilhões, mas esses estados possuem dívidas com a União no valor de R$ 10 bilhões. Com o encontro de contas, é possível achar uma solução para ambas as partes.

Agenda de reformas

O secretário também comentou sobre a agenda de reformas. Ao falar da administrativa, aprovada em comissão especial na Câmara dos Deputados nesta madrugada de sexta-feira, Funchal destacou que o objetivo do governo é perseguir a modernização do setor público:

“O principal ponto nem é o resultado fiscal, mas modernizar o setor público e ganhar produtividade. O setor público sabe que é caro. Se a gente conseguir entregar mais a partir dessa reforma, eu acho que é um avanço muito importante”, afirmou.

Em relação à reforma do Imposto de Renda, que está na Comissão de Assunto Econômicos do Senado, Funchal reiterou confiança no avanço da proposta. Essa aprovação é necessária para o governo viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil, reformulação do Bolsa Família, a partir de 2022.

“No fundo, a gente tem aqui um quebra-cabeça que depende de todas as peças estarem encaixadas, e o Imposto de Renda ser aprovado esse ano uma peça importante para colocar de pé o o novo programa, o Auxílio Brasil”, declarou.

Questionado sobre a possibilidade de uma nova proposta na área tributária para viabilizar a desoneração da folha de pagamento, Funchal disse que é preciso olhar para as consequências fiscais da decisão.

O tema está sendo discutido na Câmara dos Deputados, que avalia projeto para prorrogar o prazo da desoneração da folha para 17 setores da economia, que contam com a medida desde 2011.

“A discussão de renovar a desoneração da folha para os 17 setores vai na direção contrária do que a gente tem trazido. É aumentar gasto tributário e vai pressionar inclusive o orçamento em R$ 5 bilhões, o que vai repercutir inclusive no valor do Auxílio Brasil”, concliu Funchal.