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A média das taxas de juros mensais dos empréstimos na relação entre fevereiro de 2020 (5,76%) e fevereiro deste ano (5,67%) mostra uma leve queda. Segundo as pesquisas de juros da  ANEFAC (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade), abril do ano passado foi o mês com a taxa mais elevada (5,73%) e desde então começou sua queda até este mês que voltou a subir.

Entre os empréstimos pessoais, a maior variação registrada entre janeiro e fevereiro deste ano foi no crédito oferecido pelas instituições bancárias, o aumento foi de 0,94%, passando de 3,18% ao mês (45,59% ao ano) no primeiro mês de 2021 para 3,21% (46,10% ao ano) em fevereiro. Mas os empréstimos oferecidos pelas financeiras não ficaram para trás, houve variação de + 0,64%, as taxas de juros passaram de 6,21% mensais (106,06% a.a.) para 6,25% a.m. (106,99% a.a.).

Dados da ANEFAC
Ignacio Aglietti
Dados da ANEFAC

No entanto, analisando as taxas de diferentes modalidades de crédito que estavam em queda até novembro e em dezembro começaram a aumentar, o empréstimo pessoal não foi a modalidade que mais teve aumentos. Em primeiro lugar está o CDC dos bancos para compra de veículos, com uma elevação de 1,49%. As taxas mensais passaram de 1,34% para 1,36%, consequentemente as taxas anuais subiram para 17,88%.

Em segundo lugar está o Cartão de Crédito com uma elevação de 1,34%. Esta é a modalidade com a que 78% dos brasileiros estão endividados , segundo a PEIC Anual de 2020 da CNC. As taxas de juros em janeiro estavam em 11,19% e passaram a 11,34% em fevereiro (262,92% ao ano). O Cheque Especial, que também é outra modalidade muito usada pela população, registrou uma variação de + 0,85%, foi de 7,10% para 7,16% em fevereiro (129,29% ao ano).


Alguns dos motivos que contribuem para o aumento dos juros são as expectativas sobre o novo aumento da taxa de inadimplência, o desemprego, a redução da liberação de crédito devido à maior seletividade das instituições financeiras.

Também influi o aumento dos juros futuros e a possível elevação da taxa básica de juros (Selic) diante de uma inflação maior.

Como são calculadas as taxas de juros dos empréstimos?

É importante destacar que não existe um valor máximo nem mínimo para as taxas de juros, cada instituição financeira pode colocar o interesse que achar conveniente nas suas operações de crédito, sem controles externos. Em geral, o custo das taxas de juros está composto pelos seguintes itens:

●     Custo de captação do banco ou custo de oportunidade: quanto o banco paga para tomar créditos.

●     Cunha fiscal: impostos de intermediação financeira mais os compulsórios.

●     Despesas administrativas ou encargos: custo do processo bancário.

●     Risco da operação: custo dos empréstimos que não são pagos e dos que são pagos fora do prazo estabelecido.

●     Lucro líquido da instituição.

Tendo em conta que vários itens estão relacionados à inadimplência, ao que o banco paga para seus aplicadores, à Taxa Selic e demais fatores econômicos do cenário atual é entendível o valor da taxa dos créditos e também as previsões de aumentos para os próximos meses. Mas, estas previsões podem ser revertidas se houver medidas do Banco Central.

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Enquanto isso, quem está precisando de capital, seja para investir em seu negócio ou para uso pessoal precisa fazer uma boa avaliação das opções de crédito que são oferecidas no mercado hoje em dia.

Recomendações para escolher um crédito

Analisando os itens indicados acima, a instituição financeira estabelece um percentual que será aplicado sobre o capital solicitado pelo cliente. Toda instituição financeira tem a obrigação de informar ao solicitante quais são as taxas e como impactam na operação de crédito.

Em um contrato de crédito, além de indicar as taxas de juros, bancos e financeiras devem indicar o CET. O Custo Efetivo Total é o valor que inclui as taxas de juros e demais encargos cobrados nas operações, como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e os encargos já indicados acima.

Fazendo simulações e comparando os resultados, os clientes podem encontrar as melhores condições para um empréstimo . E no momento de avaliar cada proposta é importante:

●     Não comparar somente as taxas de juros, levar em conta os demais acréscimos que pode ter. Focar no CET da operação.

●     Evitar comprometer mais de 30% da renda.

●     Lembrar que quanto maior é o prazo de pagamento, maior será o custo do empréstimo.

●     Levar em conta que cada modalidade de crédito tem suas características específicas, por isso se recomenda evitar usar os empréstimos destinados a gastos emergenciais que possuem taxas muito mais altas do que outras modalidades, como o Cheque Especial.

●     Lembrar que algumas modalidades de crédito têm maiores juros do que outras, por exemplo o Rotativo do Cartão de Crédito e o Cheque Especial.

●     Por outro lado, as modalidades com menos juros são os Créditos Consignados (com desconto em folha de pagamento), Penhor de bens pequenos como joias ou os Microcréditos para quem quer investir em seu negócio.

Antes de escolher um empréstimo é preciso analisar a situação particular do cliente. Se for possível, é mais lucrativo juntar o capital sem precisar da ajuda das instituições financeiras e se houver dívidas, é conveniente que o devedor proponha uma negociação, com prazos e taxas mais convenientes. Mas, o mais importante, se tiver que solicitar um crédito, é usá-lo de forma consciente. Como se diz "O crédito foi feito para você realizar seus sonhos, não para tirar seu sono".

Cartões de crédito
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* Este texto não é de responsabilidade do portal iG


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