27/05/2022 as 15:52h por: IG - Economia
A oferta de ações da Eletrobras, que resultará na privatização da empresa e que foi protocolada hoje, pode acabar sendo cancelada caso sua subsidiária Furnas não resolva o imbróglio que envolve a hidrelétrica Santo Antônio até o dia 6 de junho.
No prospecto da operação divulgado nesta sexta-feira (27), a Eletrobras já alertava os investidores para os riscos das "obrigações financeiras de Furnas". Uma dessas obrigações diz respeito justamente ao aporte bilionário que a subsidiária da Eletrobras deve fazer na Santo Antônio Energia, que opera a hidrelétrica de mesmo nome. No fim de semana, Furnas publicou edital de convocação para assembleia geral de debenturistas para o próximo dia 30 de maio, com o objetivo de obter aval para fazer o aporte. Isso significa que a empresa vai ampliar a participação na usina, localizada no Rio Madeira, em Rondônia, podendo assumir seu controle.Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
Os sócios são Furnas, Caixa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Cemig.
De acordo com a Eletrobras, caso Furnas não obtenha as necessárias anuências com relação ao aumento de capital até o dia seis de junho de 2022, a oferta global "será cancelada".
"Além disso, caso Furnas não seja bem-sucedida em obter essas anuências (waivers), o Agente Fiduciário deverá declarar o vencimento antecipado das obrigações decorrentes da Escritura de Debêntures de Furnas", informou a Eletrobras.
E isso pode gerar o vencimento antecipado de outras dívidas de Furnas que correspondem a 63,6% de seu endividamento consolidado.
O imbróglio, caso não seja resolvido, também pode levar ao vencimento antecipado de outras dívidas - de aproximadamente, 42% do endividamento consolidado da companhia. O endividamento total consolidado é de R$ 41,638 bilhões. No prospeto da oferta da Eletrobras, é dit que a previsão é que Furnas passe a deter até 72,36% do capital votante e total da Madeira Energia.