Tráfico internacional

Boliviano em caso de tráfico faz reserva em hotel de Marília e pede liberdade

Boliviano em caso de tráfico faz reserva em hotel de Marília e pede liberdade
PRF apreendeu pasta base de cocaína e haxixe em carro com dois irmãos em Ourinhos

Marília - Pedido de liberdade para cidadão boliviano preso por tráfico em Ourinhos aponta motivos de saúde e uma reserva temporária em hotel em Marília como endereço fixo.

A reserva indica uso de quarto por 15 dias, prevê início dia 30 em pequeno hotel no centro e decisão em plantão da Justiça Federal negou a libertação.

A prisão de C.S.M. aconteceu dia 22 quando o Nissan Tida em que viaja com o irmão, L.S.M., 28, sofreu abordagem da Polícia Rodoviária Federal. Passavam de madrugada pelo entroncamento da BR-153 com a SP-270 com destino a São Paulo.

A vistoria revelou 14,45kg de pasta base, que permite manejo químico para multiplicação do produto, bem como 424g de haxixe, forma potente da maconha.

Além disso, encontraram 207g de folha de cocaína – mascar o produto é hábito comum na Bolívia – proibidas no Brasil. Os dois, inclusive, mascavam folhas no momento da abordagem.

Já no flagrante, C.S.M. declarou que sofre de mal de Chagas, bem como disse ter filho com neurodivergências que exige seu cuidado. Mas a audiência de custódia dos dois decretou prisão preventiva.

Boliviano em caso de tráfico faz reserva em hotel de Marília e pede liberdade
Boliviano em caso de tráfico faz reserva em hotel de Marília e pede liberdade

A defesa apresentou, então, o pedido de liberdade. Retoma o relato da doença e das demandas familiares. Além disso, argumenta que é réu primário, sem situação de violência e apresentou a reserva.

“A confirmação de reserva distancia-se em muito da estabilidade que se espera da “residência fixa” cuja existência foi alegada pelo requerente… Evidencia a precariedade de sua permanência em território nacional, caso colocado em liberdade”, diz a decisão do juiz Fabricio Campos Bortoletto.

O magistrado considera ainda que a condição de saúde permite acompanhamento médico no CDP (Centro de Detenção Provisória de Álvaro de Carvalho). Por fim, apontou desde falta provas da paternidade até a informação de que ele não seria o único responssável.

‘Mulas do tráfico’

C.S.M. declarou ser mecânico, em união estável, com residência em Santivañez, a 2.100km de Marília. Seu irmão, L.S.M., declarou seu costureiro e mostrou endereço em São Paulo.

Os policiais encontraram a droga nos batentes das portas, com adulteração do carro para o esconderijo. Durante a abordagem, L.S.M. declarou que a entrega renderia R$ 10 mil.

Além do risco de fuga, a ordem de prisão considerou as provas de crime e até eventual atuação com organização internacional para tráfico. A defesa nega e diz que conduta “assemelha-se ao que normalmente se verifica com as chamadas ‘mulas’ do tráfico”.

O pedido de liberdade caso tramitou em Lins pelo plantão no final de semana, mas o caso segue na 1ª Vara Federal em Marília.