Caso Katrina

Delegado investigado por morte em Promissão pede devolução de arma

Delegado acusado de matar menina pede ordem contra mãe da vítima
Delegado acusado de matar menina pede ordem contra mãe da vítima

O delegado de polícia Vinícius Martinez, acusado de matar uma jovem de 16 anos durante festa em Promissão, pediu à Justiça a devolução da arma usada no caso. Não conseguiu.

É uma pistola da corporação. O pedido de restituição teve como justificativa a volta do delegado às atividades, agora na Seccional de Ourinhos.

O delegado atuava em Lins na noite em que esteve na festa do peão de Promissão e fez os disparos contra um homem, supostamente em situação de desacato a policiais militares. Um dos tiros atingiu Katrina Bormio Silva Martins, 16, que morreu.

No documento, a defesa do delegado diz que ele “está em pleno gozo de sua atividade” e que não haveria mais necessidade da apreensão,

A rejeição do pedido acompanha parecer do Ministério Público, que foi contra a devolução. O MP destaca que a arma interessa à persecução penal e o que o caso está também em apuração administrativa na Corregedoria da Polícia Civil.

Prova em julgamento

“Não se trata apenas de uma ferramenta para suas funções laborais, mais sim, a priori, de um possível instrumento do crime”, diz a decisão.

O documento lembra ainda que a arma, inclusive, poderá ser objeto de novas provas, especialmente em eventual julgamento pelo Júri Popular.

“Aliás, em caso de hipotética pronúncia e submissão do investigado a julgamento em plenário, tal como parece pretender o Ministério Público, tal objeto poderá ser exibido na solenidade.”

O caso ainda está em fase de inquérito policial e investigação. O delegado responde em liberdade e iniciou atividades em Ourinhos após um mês de afastamento.

O procedimento teve ainda uma novidade a mais: os pais da menina nomearam um advogado para atuar como assistente na apuração. A Justiça autorizou, mas destacou que na fase de inquérito ele não pode apresentar nenhuma petição.