Marília - A família de Katrina Bormio, morta em 2024, acusa a exposição indevida de fotos em recurso da defesa do delegado Vinícius Martinez, autor do disparo que matou a menina.
As imagens que acompanham perícia e investigação do caso provocaram sigilo do caso desde o início do processo.
Katrina morreu aos 16 anos, vítima de disparo de arma pelo delegado em meio à Festa do Peão de Promissão.
A Justiça daquela cidade pronunciou o delegado, que vivia em Marília para julgamento pelo Tribunal do Júri Popular.
A decisão, derrubou sigilo, com exceção das imagens que deveriam, em tese, ter proteção.
Violaram a imagem dela, soltaram para todo mundo ver. Isso acabou comigo
Sabrina, mãe de Katrina Bormio, morta em 2024 aos 16 anos
O delegado apresentou recurso em forma de Embargos de Declaração, fora do sigilo, com inserção das fotos.
Sabrina Silva, mãe de Katrina, divulgou a situação em vídeo com mensagem de indignação, choro e dor.
“Todo mundo vendo fotos da minha filha”
Citou trecho da decisão que impôs sigilo ao caso e considera, inclusive, o fato de Katrina ter apenas 16 anos (aqui).
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“Recebi ligações de que as fotos estavam públicas, que estava todo mundo vendo minha filha em óbito. Eu não estava na cidade, estava sozinha, sexta, sábado e domingo”, contou Sabrina.
Ela disse ainda que foi preciso ir à Justiça pedir bloqueio das imagens, o que não havia na peça do recurso.
Ela tratou o uso das imagens como provocação contra a família, bem como atacou a exposição. Além disso, pediu que qualquer pessoa que teve acesso às fotos apague as imagens.
Recurso da defesa
Os Embargo de Declaração são, tradicionalmente, a primeira medida contra decisões contrárias. Envolvem discussão sobre possíveis obscuridades ou omissões em decisão judicial.
Entretanto, são também um recurso com raros efeitos práticos para mudar decisões e que ajuda a arrastar o processo no tempo.
Ainda não há decisão sobre o recurso e, além disso, independentemente da decisão o caso permite mais alternativas de debates.
Em agosto a morte de Katrina completa um ano. O delegado está livre e ainda em vínculo com a Polícia Civil e remuneração pelo Estado de São Paulo.
