Desta vez a negociação andou mais rápido. Representantes de empregados e patrões do comércio de Marília assinaram nesta sexta-feira a Convenção Coletiva de Trabalho 2019-2020 com reajuste de 4,28% para os salários e revalidação de outras cláusulas de 2018.
O índice fica acima do INPC e IPC-A, índices que apontam variação de custos ao consumidor e ficou na faixa de 3% nos últimos 12 meses. Os trabalhadores pediam mais. Queriam 5% de reajuste.
O Sindicato do Comércio Varejista, que representa as empresas, ofereceu índice de 3,28% mais um abono de R$ 200, que poderia representar 4,5% sobre o piso, mas a proposta não foi aceita.
“O abono não incorpora aos salários e isso faz diferença na hora de um financiamento habitacional, de um crediário. È melhor ter os 4,28% na carteira garantidos”, disse o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio, Mário Herrera.
Ele e o presidente do Sindicato do Comércio, Pedro Pavão, assinaram a convenção em um encontro com presença de jornalistas e assessores.
Pavão disse que prevaleceu o bom senso. Nos anos anteriores a negociação se arrastou e tanto trabalhadores quanto empresários foram obrigados a esperar meses pela definição.
“É sempre importante lembrar que a empresa é quem produz, é quem gera investimentos, gera vagas de emprego”, disse Pavão.
Herrera afirmou que salário não pode ser visto como custo. “Empresas não quebram por causa dos salários. O salário é investimento, o funcionário é o cartão de visitas das empresas, é o elo que o lojista precisa com o consumidor. O que pesa para as empresas é a carga tributária, são os impostos”, disse Herrera.
O acordo atualiza valores de pisos salariais, adicionais por horas extras e trabalho aos feriados e estabelece outras medidas, como proteção a trabalhadores em vias de aposentadoria. Confira abaixo algumas das tabelas com os novos valores.